sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Direito de Brincar



… EDUCAR é ensinar o encanto da possibilidade, e APRENDER é sentir a emoção da descoberta. Gostar de aprender sempre é o melhor (e o mais útil) que uma escola pode ensinar a seus estudantes. O resto é detalhe.
Somente progride, de verdade, em sua profissão quem gosta de aprender; basta ver o histórico das pessoas que atingiram sucesso profissional.
Ansiosos, os pais querem que seus filhos aprendam rapidamente a ler e a escrever, quando deveriam apenas saborear a “contação” de histórias.
… Brincar é, em essência, experimentar a emoção da descoberta. É surpreender-se investigando, no cume da árvore, as frutas e as flores. É admirar as conchas na praia, olhar os peixes no rio, sentir o gosto da chuva no rosto, sujar-se na lama, entrar em cavernas. Ou simplesmente ficar sem fazer nada vendo as coisas, quaisquer coisas, passarem, entretidos com o canto de um passarinho. É cutucar a terra, ficar sentado, intrigado com as cores do arco-íris.
Na brincadeira, unem-se o prazer e o aprendizado. Todos os grandes profissionais que conheci trabalham como se estivessem brincando. Até podem gostar de ganhar muito dinheiro, mas, provavelmente, fariam o que fazem (e com o mesmo empenho) por pouco dinheiro.
…quanto mais longe vai o indivíduo, mais prazer ele tem naquilo que faz. Por isso ele suporta tanto estresse e frustração – o preço que é cobrado pelo alto desempenho. (Fragmentos do texto)

Gilberto Dimenstein – jornalista e colunista do Jornal A Folha de São Paulo

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