Desenhar é um gesto natural em todas as crianças de qualquer parte do mundo. É mais uma ferramenta que a criança utiliza para brincar, falar e registrar.
As maneiras que elas utilizam tal instrumento são bastante similares apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade.
A forma de desenhar muda de acordo com seu desenvolvimento e cada etapa tem características próprias.
Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como rabiscos ou garatujas.
Inicialmente, a criança imprime marcas no papel de uma forma espontânea e em diversas direções, isso ocorre devido a mesma ainda não ter o domínio de proporção sobre o papel. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. Durante a repetição do ato de desenhar, as crianças começam a visualizar formas em meio ao seu rabisco, mostrando a sua própria experiência individual.
A medida que a criança passa a ter o domínio das sensações imediatas, ela se torna capaz de estabelecer semelhanças e diferenças entre os elementos.
Daí então, começam a surgir as primeiras formas arredondadas, surge a célula, desenho com composição circular, fechada. Assim, partindo do círculo, a criança pode fazer diferentes tipos de desenho. Nesta etapa, surgem os bonecos que possuem o mesmo molde, caracterizando-se por ausência de tronco, de onde os braços partem diretamente da cabeça. Nessa fase, mesmo que a criança tenha sugestões de outros para modificar seu tipo de boneco, ela continuará desenhando dessa mesma forma, pois a mudança só ocorre depois de um período de vivência e oscilação entre o tipo primitivo e o tipo novo.
Numa fase posterior a citada acima, as crianças começam a vincular os seus desenhos com o mundo exterior, logo começam a desenhar pessoas e coisas. A criança também começa a relacionar as cores com os objetos reais, a partir do significado emocional que o objeto têm para a mesma. Outro aspecto importante que se evidencia é a questão da proporção, pois essa está relacionada ao lado emocional da criança, ou seja, a criança desenha de acordo com suas percepções e não com o tamanho real dos objetos.
As relações entre coisas e objetos vão melhorando a medida que a criança vai crescendo e se submetendo a diversas experiências. Aqui chega fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-herois, veículos e animais, varia no uso das cores, buscando um certo realismo. Suas figuram humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.
A produção da linguagem escrita apresenta-se em paralelo ao processo do grafismo, onde a criança, a partir dos 4 a 5 anos, passa a diferenciar o desenho de pessoas e coisas ao desenho de letras e números.
Apreciar o desenho da criança é perceber a dimensão do "belo"
em toda a sua plenitude, que não se restringe ao visual da obra,
mas ao encanto geral que ela emana.
Paulo de Tarso Cheida Sans
Amanda Vilela - 2 anos - Brinquedoteca
Joana Leal - 2 anos - Brinquedoteca
Maria Eduarda Nora - 2 anos - Brinquedoteca
Sofia Lopes - 2 anos e 11 meses - Grupo Ipê Amarelo
Antonia Street - 3 anos - Grupo Ipê Roxo
Manuela Madeira - 3 anos e 11 meses - Grupo Jequitibá
Maria Luísa Costa - 4 anos - Grupo Jequitibá
Álvaro Ussi - 4 anos e 11 meses - Grupo Pau Brasil
Letícia Nicolau - 5 anos - Grupo Pau Brasil
Luiza Lemos - 5 anos - Grupo Pau Brasil
Marina Palafós - 5 anos - Grupo Pau Brasil
Raissa Nabuco - 5 anos e 10 meses - Grupo Jacarandá
Mariana Brito - 5 anos e 9 meses - Grupo Jacarandá
Para nós que estamos em contato diário com esses educandos, é gratificante perceber e participar dessa evolução. Parabéns, meus pequenos-grandes amores.
ResponderExcluirTia Beta.
É realmente maravilhoso ver a evolução do grafismo em suas formas, cores, riqueza em detalhes e sentimentos...
ResponderExcluirMuito Lindo ..só queria as observações da professora. Para entender melhor os desenhos.bjos
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