quinta-feira, 19 de maio de 2011

JOGOS TEATRAIS: a aprendizagem do teatro sem traumas

Fazer um trabalho de fortalecimento da liderança, aliado à recreação e a um trabalho social é possível através dos Jogos Teatrais. Mas o que é isso? Os Jogos Teatrais foram criados por Violan Spolim  a partir de uma experiência muito rica ao trabalhar em Chicago-EUA com imigrantes na Neva Boyd's Group Work School (Escola de Formação de Trabalho de Grupo de Neva Boyd), entre 1924-1927.

Construindo os Jogos Teatrais a partir da experiência de Neva Boyd, Viola respondeu pelo desenvolvimento de novos tipos de jogos que focam na criatividade individual, adaptando e reforçando o conceito de jogo como chave para abrir a capacidade de auto-expressão criativa. Estas técnicas foram mais tarde formalizadas sob o nome de Jogos Teatrais ou Theater Games. Em 1946 Spolin fundou a Young Actors Company (Companhia dos Jovens Atores) em Holywood. Crianças a partir de seis anos de idade foram treinadas pelo, ainda em desenvolvimento, sistema de Jogos Teatrais para suas produções artísticas, o que se tornou um sucesso comprovado. O trabalho de Viola Spolin torna-se conhecido no Brasil em 1978, primeiramente como ferramenta pedagógica e depois como método de interpretação, a partir da tradução ao português de seu primeiro livro Improvisação para o Teatro por Ingrid Koudela e Eduardo Amos, bem como O Jogo Teatral No Livro do Diretor e os dois últimos Jogos Teatrais: o fichário de Viola Spolin e O Jogo Teatral Na Sala de Aula, traduzidos pela Profª. Drª. Koudela – USP.

Para saber um pouco mais sobre esse método de aula que vem sendo aplicado atualmente na Tonus Esporte & Saúde, a Revista Entre Aspas entrevistou o arte-educador, o professor especialista Robert Rodrigues, conhecido como Bob, e que também assina artisticamente como Monteleone - licenciado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e pós graduado em Turismo e Hotelaria pelo SENAC-SP, onde se aprofundou nos estudos do lazer e do lúdico.

Bob, como estão sendo suas aulas?
Durante as aulas, abordamos a linguagem cênica através do fazer teatral com os Jogos Teatrais, que são nosso eixo norteador. Os exercícios consistem na solução de “problemas” propostos nas aulas e é incrível o poder que o teatro tem de cativar as pessoas e fazer com que elas se envolvam de forma lúdica sem perder o foco.

Como tem sido sua metodologia?
Trabalhando com teatro-educação ocupo a posição de professor-diretor e os alunos participam como aluno-ator ou aluno-espectador, onde numa primeira fase das oficinas utilizamos exercícios de expressão corporal com jogos de atenção e observação para que o aluno desenvolva a consciência de sua identidade corporal em relação aos outros, facilitando a percepção de si mesmo ao observar a estrutura do corpo humano como um todo ao cuidar de sua postura. Em seguida, aplicam-se jogos teatrais, similares aos jogos tradicionais, que se diferenciam apenas pelas regras, onde o importante não é ganhar o jogo, mas sim focar no tema proposto. Em uma penúltima fase parte-se para a improvisação de pequenas cenas. Numa última fase trabalham-se em cima de pequenos textos com a preparação de personagens.

A proposta é formar atores?
Nossa proposta é contribuir para a formação de seres humanos melhores, mais completos, através das inquietações e questionamentos que vão surgindo. Quem resolver se enveredar pelo lado teatral como ofício, tanto pela paixão como profissionalmente, já terá dado meio passo! No nosso caso o curso é livre, nossa idéia é proporcionar um contato com a linguagem cênica como forma de contribuir para a formação de um ser humano que consiga se comunicar e se expressar. Todo o processo visa o conforto e o respeito às limitações de cada um, sem expor ninguém ao ridículo.


Qual o ganho que se tem ao participar de um curso de teatro com essa técnica?
O Jogo Teatral é uma ferramenta facilitadora da aquisição da linguagem cênica: a manutenção do espaço cênico, o foco no “problema” a ser resolvido com respostas próprias de cada participante através de experimentações cênicas, sem pré-julgamentos de certo ou errado, o que possibilita a compreensão da linguagem teatral com um trabalho de preparação para a apresentação de possíveis cenas, atendendo-se principalmente ao processo como um todo, onde cada momento único e de entrega durante os exercícios que serão comentados e discutidos, buscando assim, um crescimento coletivo, sem supervalorizar o tão sonhado “produto final” ou uma grande apresentação teatral; pelo menos até realmente todos estarem prontos para isso, sem pressa, sem traumas desnecessários.

Você pode citar alguns trabalhos importantes que já realizou?
Já fui premiado em um festival de teatro no município de São Paulo como melhor ator e iluminador no espetáculo infantil “Pluft, o Fantasminha” de Maria Clara Machada. Já viajei pelo Brasil no Projeto Saúde Brasil apresentando performances em grandes empresas sobre os temas: “Uso Abusivo de Álcool” e a “Importância dos EPI´s”. Participei da montagem da peça “Ratos e Homens” de Steimbeck como Leny, um personagem com uma forte carga emocional, que inclusive já foi interpretado por Jhon Malckovich no cinema. Já dirigi “Um Inimigo do Povo” de Ibsen e peças de conscientização escritas e adaptadas por mim, como “Dra. Dentina X Bactogildo”, que levava uma mensagem sobre saúde bucal, a peça “H2O70” que alertava sobre a escassez de água que poderá ocorrer em 2070. Um trabalho muito importante foi realizado em 2010 na PETROBRAS, onde apresentei peça sobre os “5´s - Cinco ésses japoneses” como Senhor Senso e performances com os personagens Mago Sensum e o Palhaço Sensolino.

Adultos também podem aprender teatro através dos Jogos Teatrais?
Sem sombra de dúvidas, principalmente os que têm medo de falar em público ou de se expressar. Em 2009 tive uma experiência muito rica ao lecionar para os funcionários da prefeitura de Atibaia-SP, as mudanças eram evidentes, os mais tímidos aprenderam a colocar suas idéias, os mais agitados e inquietos aprenderam a se controlar, algumas pessoas do setor vinham curiosos me perguntar o que eu tinha feito para essa pessoa conseguir se concentrar mais, simplesmente respondi: “não fiz nenhuma mágica, apenas utilizei a ferramenta certa para ajudá-la a se desenvolver.” Houve também um caso de promoção para um cargo de chefia e essa pessoa veio me agradecer, falando do quão importante foi a experiência com o teatro.
Para quem quiser tirar dúvidas sobre teatro, deixamos o contato do professor, bobmonteleone@gmail.com – (73)9973-7263, ou se dirigir a Tônus Esporte & Saúde na Pça João Batista, 190 – Pontal – Ilhéus - BA

 (Matéria publicada na Revista Entre Aspas – Edição 13 – Arte e Cultura – Ilhéus-BA)


Tio Bob é educador de Teatro na Escola Villa Verde:





4 comentários:

  1. Foi a coisa mais linda e emocionante esta aula. Parabéns ao tio Bob e às crianças.

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  2. Bob....
    Deu vontade de fazer tb! Ameiiii...No dia de minha turma eu vou fazer tb, viu?
    Parabéns, vc arrasa!!

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  3. Pessoal, quem estão de parabéns são nossos "atores & atrizes" que dão show de improvisação... concentração? a gente vai chergar lá...rs

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  4. Etse txteo foi mituo lndio, parebnas a qeum fez. :)

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